quinta-feira, abril 12, 2007

LUÍS VAZ DE CAMÕES Vs. SUPERPILOTS

Ora cá bai mais uma história de pasmar ... por todos conhecida mas que é sempre bom relembrar ... principalmente aos gloriosos senhores ou senhoras que por maximizar os lucros e minimizar os gastos se atrebem a íncuirias tão grabes como menosprezar esta antiga e nobre arte chamada PILOTAGEM ... já no tempo do Luís Vaz se ressalbaba a importância do Pilotinho (expressa abaixo na fabulosa e única obra Portuguesinha de gema chamada OS LUSÍADAS) ...
- Ora imagine agora, Sr(a). Dr(a). se o caraças do Piloto que calhou ao GAMA era bem sucedido nas suas intenções !!! eheheh ??? Hummm!!! Ou imaginemos que o Pilotinho se enganaba por estar cansado ou por não ter acesso ás informações necessárias e fundamentais para o desenvolvimento das suas funções !?!? Hummm!!! Ou ... , Ou ... , Ou ... . Ah, e na altura num habia ISPS e ISM e STCW e IMO e SOLAS e RIEAM e ... , bem, se calhar foi isso que safou o GAMA !?!? Hummm!!! Ah, não. Foi a gaija ... São sempre as gaijas ...
Bom, bamos á história, que é o mais importante e sejamos honestos para com toda a gente ... A actibidade da Pilotagem além de ser muito nobre é fundamental para tudo e todos, principalmente, numa Ilha ... e ainda mais importante para quem trabalha (ops!!!), lida com embarcações !!!

Os Lusíadas – Luís Vaz de Camões

Canto I

55 - Prometem ao Gama um Piloto para a Índia
"E já que de tão longe navegais,
Buscando o Indo Idaspe e terra ardente,
Piloto aqui tereis, por quem sejais
Guiados pelas ondas sabiamente.
Também será bem feito que tenhais
Da terra algum refresco, e que o Regente
Que esta terra governa, que vos veja,
E do mais necessário vos proveja."

70 - Falsas Promessas
Pilotos lhe pedia o Capitão,
Por quem pudesse à Índia ser levado;
Diz-lhe que o largo prémio levarão
Do trabalho que nisso for tomado.
Promete-lhos o Mouro, com tenção
De peito venenoso, e tão danado,
Que a morte, se pudesse, neste dia,
Em lugar de Pilotos lhe daria.

81 - Outro Estratagema Contra os Portugueses
"E se inda não ficarem deste jeito
Destruídos, ou mortos totalmente
Eu tenho imaginado no conceito
Outra manha e ardil, que te contente:
Manda-lhe dar Piloto, que de jeito
Seja astuto no engano, e tão prudente,
Que os leve aonde sejam destruídos,
Desbaratados, mortos, ou perdidos."


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E busca mais, para o cuidado engano,
Mouro, que por Piloto à nau lhe mande,
Sagaz, astuto, e sábio em todo o dano,
De quem fiar se possa um feito grande.
Diz-lhe que acompanhando o Lusitano,
Por tais costas e mares com ele ande,
Que, se daqui escapar, que lá diante
Vá cair onde nunca se alevante.

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E mais também mandado tinha a terra,
De antes, pelo Piloto necessário,
E foi-lhe respondido em som de guerra,
Caso do que cuidava mui contrário.
Por isto e porque sabe quanto erra
Quem se crê de seu pérfido adversário,
Apercebido vai, como podia,
Em três batéis somente que trazia.

94 - Paz Simulada e Falso Piloto
Pazes cometer manda, arrependido,
O Regedor daquela iníqua terra,
Sem ser dos Lusitanos entendido
Que, em figura de paz, lhe manda guerra;
Porque o Piloto falso prometido,
Que toda a má tenção no peito encerra,
Para os guiar à morte lhe mandava,
Como em sinal das pazes que tratava.

95 - Partida de Moçambique para Quíloa
O Capitão, que já lhe então convinha
Tornar a seu caminho acostumado,
Que tempo concertado e ventos tinha
Para ir buscar o Indo desejado,
Recebendo o Piloto que lhe vinha,
(Foi dele alegremente agasalhado)
E respondendo ao mensageiro, a tento,
As velas manda dar ao largo vento.

96 - O Gama e o Falso Piloto
Desta arte despedida, a forte armada
As ondas de Anfitrite dividia,
Das filhas de Nereu acompanhada
- Fiel, alegre e doce companhia.
O Capitão, que não caía em nada
Do enganoso ardil que o Mouro urdia,
Dele mui largamente se informava
Da Índia toda e costas que passava.

97 - Falsos Informes do Piloto
Mas o Mouro, instruído nos enganos
Que o malévolo Baco lhe ensinara,
De morte ou cativeiro novos danos,
Antes que à Índia chegue, lhe prepara:
Dando razão dos portos Indianos,
Também tudo o que pede lhe declara,
Que, havendo por verdade o que dizia,
De nada a forte gente se temia.

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E diz-lhe mais, co´o falso pensamento
Com que Sinon os Frígios enganou,
Que perto está ua ilha, cujo assento
Povo antigo cristão sempre habitou.
O Capitão, que a tudo estava a tento,
Tanto com estas novas se alegrou,
Que com dádivas grandes lhe rogava
Que o leve à terra onde esta gente estava.

99 - Traição do Piloto
O mesmo o falso Mouro determina,
Que o seguro Cristão lhe manda e pede;
Que a ilha é possuída da malina
Gente que segue o torpe Mahamede.
Aqui o engano e morte lhe imagina,
Porque em poder e forças muito excede
A Moçambique esta ilha, que se chama
Quíloa, mui conhecida pela fama.

100 - Vênus desvia a Frota do Falso Rumo em que a Pusera o Piloto
Para lá se inclinava a leda frota;
Mas a Deusa em Cítera celebrada,
Vendo como deixava a certa rota
Por ir buscar a morte não cuidada,
Não consente que em terra tão remota
Se perca a gente dela tanto amada,
E com ventos contrários a desvia
Donde o Piloto falso a leva e guia.


101 - Nova Insídia do Piloto
Mas o malvado Mouro, não podendo
Tal determinação levar avante,
Outra maldade iníqua cometendo,
Ainda em seu propósito constante,
Lhe diz que, pois as águas discorrendo
Os levaram por força por diante,
Que outra ilha tem perto, cuja gente
Eram Cristãos com Mouros juntamente.

102 - Chegada à Mombaça
Também nestas palavras lhe mentia,
Como por regimento enfim levava,
Que aqui gente de Cristo não havia,
Mas a que a Mahamede celebrava.
O Capitão, que em tudo o Mouro cria,
Virando as velas, a ilha demandava;
Mas, não querendo a Deusa guardadora,
Não entra pela barra, e surge fora.

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E sendo a ela o Capitão chegado,
Estranhamente ledo, porque espera
De poder ver o povo baptizado,
Como o falso Piloto lhe dissera,
Eis vêm batéis da terra com recado
Do Rei, que já sabia a gente que era,
Que Baco muito de antes o avisara,
Na forma doutro Mouro, que tomara.

105 - Incerteza da Vida Humana
O recado que trazem é de amigos,
Mas debaixo o veneno vem coberto,
Que os pensamentos eram de inimigos.
Segundo foi o engano descoberto.
Óh grandes e gravíssimos perigos,
Óh caminho de vida nunca certo,
Que aonde a gente põe sua esperança,
Tenha a vida tão pouca segurança!

106
No mar tanta tormenta, e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?

AH GANDE LUÍS ... SEMPRE FOSTE E SEMPRE SERÁS O MAIOR !!!

2 Comments:

Blogger Luis Daniel Vale said...

Mai Nada!

13 de abril de 2007 às 22:08  
Blogger Luis Daniel Vale said...

Ah, esqueci-me; não há licenciatura em Pilotagem na Universidade Independente...

14 de abril de 2007 às 22:19  

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